“Sobre o Tonton Macoute pouco se sabe. Seus integrantes não se mostraram muito interessados em falar sobre o trabalho que realizam.”
Irlam Rocha Lima, Correio Brasiliense. 14/08/1987.
O Tonton Macoute persegue uma estética dirigida a estabelecer conexão com o belo e com a emoção, ou seja, com o eterno. Textos e sonoridades incomuns, fragmentadas, reiterativas, chamam nossa atenção e nos despertam para inúmeras possibilidades.
Espremer as últimas gotas de doçura e beleza de uma existência em decadência, em vias de extinção, como as flores que soltam seu aroma quando começam a fenecer.
Criado em 1986, com o show “Parece que Existe”, o grupo girou em torno do núcleo criativo formado por João MacDowell e Claudia Otero. Numa Brasília onde reinava a sonoridade pós-punk, o Tonton Macoute se destacou pela singular proposta musical, precursores de estilos que surgiriam décadas mais tarde, como o acid-jazz e o drum’n’bass.
As gravações da banda foram realizadas, à época, em equipamento caseiro de 4 canais, misturando elementos eletrônicos, acústicos, eletro-acústicos e experimentais. Essas gravações representam três momentos distintos da banda: em 1986, as primeiras gravações com as origens do conceito, com ênfase nas programações rítmicas mecânicas, vocais declamados e teclados minimalistas, acrescidos do trompete de Flamarion Mossri e do contrabaixo de Mauricio Lagos. Deste momento temos os hits “Electric Light” e “A Pele”, as músicas mais executadas, durante seis meses, na Rádio Fluminense FM – A Maldita. Em 1988 o segundo conjunto de gravações apresenta um estilo mais maduro, seguindo um caminho que aumentava o arco de experimentação sonora, incorporando a percussão de Tida Couto e o contrabaixo de Dedé Zema. Nesse grupo temos a canção infantil de terror “A Bruxinha” que conta com Claudia Otero no vocal principal e com a participação especial do baterista brasiliense Leander Motta. De 1990 temos a gravação de estúdio de Dois Amantes, com João MacDowell e Flamarion Mossri.
No Haiti TonTon Macoute quer dizer bicho-papão.
Crédito Fotográfico: Tripê
Desenvolvedor: Peter Lima