Artistas e músicas

Brasília, 1º de abril de 2024

Quem diria que conseguiria…

24 anos de realizações, ações, decepções, reações e contribuições.

E pensar que há 24 anos, no primeiro dia de portas abertas da GRV, sozinho, na mesma sala que ocupamos até os dias de hoje, literalmente dormi em busca da seguinte reflexão: era necessário um escritório para ser o empresário da banda BSB Disco Club e de alguns artistas daquela época em Brasília?

Na época, apesar das dúvidas, não tinha nenhuma dúvida disso, mesmo com vontade de desistir. Mas quando alguém, de forma interessada pelo porquê do nascimento da GRV, vem até mim querer saber dos detalhes, prazerosamente explico. A esta altura do campeonato, próximo dos 25 anos de GRV e há 40 anos envolvido com música, penso que chegou a hora de preservar a memória, exteriorizar legados, comemorar e em seguida….

Corta para abril de 2000

Fato é que no início daquela década achava que o formato baile de 5 horas de música ao vivo, com troca de roupa, diversos gêneros musicais e sem DJ, além de caro, já havia se esgotado em si mesmo. Vendo a evolução da BSB Disco Club e seu baile temático de 2h30min e o DJ, também por 2h30min tocando sons convergentes com nossa proposta pela metade do preço das grandes bandas de baile, não tive nenhuma dúvida à época e hoje posso afirmar que estava colaborando para a mudança do paradigma das contratações musicais.

Claro que sem o talento individual de tantos e tantas que passaram pela BSB Disco Club, não estaria aqui para contar sobre essa diversificação de modelo comercial, mas naquele momento, além dos talentos que subiam ao palco, havia alguém que pensava na curadoria do repertório, nos diferenciais para sua execução ser única em cada evento, na separação por temas, convidados especiais, além de gerir crises de relacionamentos internos, até avançar sobre contratação de figurinistas, roadies, técnicos e estruturas que só cresciam a cada ano.

De onde saímos, em número, gênero e grau, de dezembro de 1995 até onde chegamos, em março de 2003, na gravação do 1º cd, desculpem-me a falta de cerimônia, mas foi a completa revolução do consumo e venda de música ao vivo na capital do país, rumo à organização fonográfica que viria a seguir com a fundação da GRV Discos e GRV Edições Fonográficas. Evidentemente, que mágoas e muitos fios de cabelo, suor e lágrimas ficaram pelo caminho, mas as artérias estão limpas, a cabeça segue criando e o corpo produzindo.

Humildemente, associo tudo isso, ao meu comprometimento com o triângulo que une o contratante, o contratado e o consumidor. Reunir de forma feliz, com respeito e foco no resultado, sempre foi a minha missão. Claro que errei muito e espero continuar errando, pois como diria o poeta “a vida sem arte, é um erro”. Porém, é flagrante que deu certo montar a GRV, e pela minha persistência percebi, em 2002, que podia ir além dos canapés e espumantes do circuito de eventos corporativos e particulares que jorravam em Brasília, desde muito antes de 2000.

Porém, em 2002, como diria a canção “um belo dia resolvi mudar”, por acreditar que não tinha mais nada a ver com aquele tipo de business. Agradecido por tantas oportunidades e possibilidades, sonhava com uma criação que se materializasse, que provocasse transformações nas pessoas e no mundo a partir de uma criação, e não apenas aquela sensação que os eventos proporcionam.

De 2002 para cá, são 22 anos de excessos criativos e produtivos que me atrasam empresarialmente, mas que me enriquecem, existencialmente. Não dá para fazer tudo, mas olhando para trás, fiz, ao lado de tantos, muito mais do que imaginei naquele 1º abril de 2000.

Para comemorar nosso aniversário teremos:

1- O lançamento do novo serviço da GRV, onde montamos um pool de profissionais competentes para prestar todos os serviços de comunicação possíveis para alavancar lançamentos, projetos e ideias;

2- Abertura das inscrições para a 8ª edição do Prêmio Profissionais da Música;

3- Lançamento de cinco novos títulos de artistas do Distrito Federal e do Pará; 

4- Edição de inúmeras obras, coletas fonomecânicas entre outras ações quotidianas.

Aos 24 anos de vida, seguimos desejando, pois necessitamos.

Musicalmente,

Gustavo Vasconcellos