PPM 2016

Prêmio Profissionais da Música  2016

O que fazer se ninguém (ou pelo menos muita gente) quer pagar pela música? O que fazer se ninguém mais quer discos abarrotando os espaços das prateleiras? Aliás, como sobreviver nesse meio de música fluindo na web? É o fim das mídias físicas?

Todas essas questões que tanto incomodam produtores, artistas e ouvintes, enfim, a cadeia produtiva da música, foi recentemente intensamente debatido, em Brasília, quando da realização da segunda edição do Prêmio Profissionais da Música 2016, que este ano teve como grande homenageado o compositor mineiro Fernando Brant, uma das pedras fundamentais do Clube da Esquina.

Como o nome indica, profissionais da música no Brasil se juntam em um grande esforço para, não apenas reconhecer e premiar o talento de músicos e técnicos envolvidos nesse meio, nas modalidades criação, produção e convergência, como também aproveitam as datas e fazem acontecer extensa programação de painéis, workshops e conferências. Um deleite para quem batalha no ramo, trabalha com as informações da área, ou meramente aprecia esse ramo organizado do entretenimento.

Detalhe funesto, que bem representa o estado de coisas que presenciamos na mídia brasileira, pobre de espírito e viciada na máxima “notícia boa é notícia ruim”, muito ocupada em derrubar a presidenta e instigar toda essa situação correlata: com a exceção da TV Cultura de São Paulo, que divulgou o evento no programa “Metropolis”, não houve cobertura da imprensa, nem mesmo a programação de shows gratuitos ganhou destaque na preguiçosa mídia brasiliense. Como se o assunto não tivesse importância.

Aliás, nem mesmo representantes da Secretaria de Cultura do Distrito Federal estiveram presentes. Isso em um evento que teve o apoio do FAC – Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal. Lamentável é pouco.

Thomas Roth, músico, compositor, publicitário, talvez mais conhecido como um dos jurados do programa “Ídolos”, do SBT, foi um dos mais ativos participantes das discussões travadas no encontro. Ele levantou a bola: a decadência da mídia física é fato, isso tem consequências graves para o mercado da música, mas ressalva seja feita, a criação continua à toda efervescência.

Em “O futuro da distribuição digital e startups”, talkshow voltado para discutir o produto música que flui na internet, nos celulares, enfim, sem um suporte físico, interessante conhecer a plataforma on-line desenvolvida pelo pessoal do NetShowMe, baseada em soluções de transmissões ao vivo na web.

No contexto da distribuição digital, o Brasil, país musical por excelência, em termos de produção e consumo, poderia estar lá na frente com um mercado rivalizando com a Europa e os Estados Unidos. No entanto, no entanto, no entanto… nossos terríveis gargalos – o custo Brasil – que tanto atormenta o setor produtivo também atinge em cheio o mercado musical. Palavra-chave: infraestrutura. Ou melhor, a falta dela.

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