Us and Them e Roger Waters

A convite da assessoria de imprensa desse belíssimo e pacífico evento ocorrido no estádio Nacional de Brasília, no último sábado [ 13 de outubro de 2018], confesso que entre as minhas ansiedades por conta da presença de Roger Waters na capital do Brasil, estava ficar sentido à sentidos de frente para um recorte dos primórdios da minha formação auditiva e musical.

Esta afetuosa história começa no ano de 1973. À época, a banda inglesa Pink Floyd lançava o disco Dark Side of The Moon.

Nesse anos, lá no calorento quarto onde nasci na praça do Lido [ Copacabana RJ] estava com quase 7 anos. Ao meu lado, meu tio Araken com 22 anos, recém prestado o Serviço Militar obrigatório, passava todas as tardes daquele ano entre incensos e os clássicos desse ícone fonográfico.

No final daquele ano, meu tio partiria para abrir fronteiras para seus dons artísticos ao lado de outro irmão lá em NYC. Por lá se estabeleceu, criou e produziu muito e viveu intensamente até adoecer e voltar em 1986 para muito precocemente noa deixar uma grande saudade.

Antes disso, em 1984, já em Brasília e envolvendo-me cada dia mais com música, após uma sessão na cultura inglesa do filme The Wall com os integrantes da minha primeira banda chamada Protocolo Geral decidi dar uma visitada ou seria uma revisitada em toda obra de Roger Waters e companhia.

Ao ouvir, dezenas de centenas de vezes Dark Side of The Moon, cujo hábito meu irmão herdaria na década seguinte, sentia uma familiaridade auditiva que não sabia de onde vinha. Com as plataformas naturais disponíveis à época e com a sensibilidade aflorada, lembrei me do incenso, do calor, de Copa, da infância, do sorriso e da alegria daquele quarto, porcausa de um disco. Ou seria uma obra prima?

45 anos depois, quase aos 51 de vida, ao lado de amigos de toda uma vida na música em Brasília, pude me distanciar por 3 horas dessa intolerância e encurtamento que lamentavelmente, tomou conta das relações entre brasileiros e poder sentir, curtir, ouvir, ver, rir, chorar. Uma emoção inesquecível que dedico à memória do inesquecível Araken, #elesempre.

Quanto ao boa praça Roger Waters de ontem, nunca é demais lembrar que existiu, até 1989, um muro na linda cidade de Berlim na Alemanha que, vergonhosamente, separava os alemães e que representava um vexame mundial  e todos os  tipos de separatismo, nada pacíficos, além de  perigosos, ultrapassados entre outras coisas.

Apesar da demora, em 89, esse símbolo mundial do que houve de pior promovido por um grupo de seres nada humanos, caiu e virou um símbolo.da paz e da união.

Sabe qual artista foi escolhido para fazer o show da queda do Muro de Berlim? Roger Waters.

Porque será?
Tem uma vasta discografia e filme que podem explicar o porque dessa escolha. Na minha percepção, talvez porque ele se posicione em 360° e não nesse formato reduzido e preguiçoso de “direita ” e “esquerda”.

Saldo da noite? eu fui e #eletambém, e sinceramente desejo volte e fique sempre.

Parabéns aos empresários, produtores, autores, músicos, técnicos,  assessores e consumidores.

A paz, através da música, pra variar, enriqueceu, enalteceu e venceu….

Us and Them, forever

Musicalmente
Gustavo Vasconcellos

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