FMI 2006

Feira da Música Independente 2006

Fazer com que a música brasileira cheguasse cada vez mais longe, em outros países e em outros continentes, foi o centro do debate realizado na conferência ‘Exportação da Música Brasileira – Projeto Música do Brasil’, a primeira de uma série promovida dentro da 2ª Feira da Música Independente Internacional de Brasília (FMI 2006).

Os conferencistas Michel Nicolau, coordenador do Projeto Música do Brasil, Mr. Dirk Schade, presidente da Popkomm, e Sérgio Sá Leitão, secretário de Políticas Culturais do Ministério da Cultura apresentaram as ações realizadas pelo projeto e as previstas para o biênio 2006-2007. Também foi debatida a participação do Brasil na Popkomm, uma das maiores feiras de música da Europa, que acontece entre 19 e 22 de setembro, em Berlim, na Alemanha, com shows, rodadas de negócios e conferências.

Sérgio Sá falou sobre como e quando o Ministério da Cultura passou a integrar o time de instituições que apóiam o ‘Projeto Música do Brasil’. ‘Desde 2003, quando Gilberto Gil assumiu o ministério, percebeu-se que o projeto não era apenas mais um projeto, mas sim, o projeto estratégico para o setor da música. Com a integração do MinC e do Sebrae Nacional aos outros parceiros, o projeto ganhou em estrutura, recursos, entre outros aspectos’, disse.

O Projeto Música do Brasil é fruto de convênio entre entidades do setor – ABGI (Associação Brasileira de Gravadoras Independentes), ABMI (Associação Brasileira da Música Independente) e BM&A (Brasil Música e Artes) -, Apex-Brasil, Ministério da Cultura e Sebrae. Começou a operar em junho de 2005 e tem como objetivo aumentar a atração de divisas com o incentivo à produção de música independente brasileira e seu consumo no exterior.

Para Sérgio Sá, há um imenso potencial de consumo da música brasileira lá fora, e isso se deve ao esforço individual dos artistas independentes e à qualidade da música. ‘Precisamos fazer com que as pessoas no exterior não só ouçam e conheçam a música brasileira, mas que adquiram o hábito de consumi-la também’, afirmou.

O secretário disse também que o governo já percebeu que a cultura gera impacto positivo na economia do País. Mas que é necessário criar ainda mais políticas públicas que sejam capazes de ajudar o setor, como, por exemplo, elaborar políticas para aumentar o acesso da população brasileira a bens culturais.

Para alemão ouvir

Em seguida o presidente da Popkomm, Mr. Dirk Schade, explicou aos participantes como os alemães vêem a música brasileira, e revelou um dado interessante. De acordo com ele, as bandas jovens da Alemanha ouvem a música brasileira como referência. E mais: em qualquer loja de música naquele país, existe um departamento específico para a música do Brasil.

Ele informou que o Brasil é o primeiro país ‘não-europeu’ a ser tema da feira de música. O País verde-amarelo terá um estande de 240 metros quadrados dividido em duas áreas: um espaço para reunião de negócios entre artistas e produtores; e uma área para exposição de cosméticos, moda, vídeo, instrumentos musicais, e que terá também participação da Embratur.

Além disso, a Popkomm abrirá espaço para 17 shows de artistas brasileiros. ‘Quase todas as bandas ou artistas individuais que participaram da Popkomm tiveram algum contato positivo’, revela Dirk.

Presente e futuro

Lançado na FMI 2005, o Projeto Música do Brasil completa um ano. O seu coordenador, Michel Nicolau, comemorou detalhando as ações já realizadas, como a criação da marca Música do Brasil e o lançamento de uma forte ferramenta de divulgação e valorização do setor que é o site Música do Brasil (www.musicadobrasil.org.br/site). A página já está no ar, embora esteja faltando alguns ajustes finais, segundo ele. Nesse endereço eletrônico, o músico poderá encontrar, por exemplo: estudos de mercado de outros países, traduzidos e comentados; banco de dados contendo informações, como o que clientes de outros países estão procurando; o Manual do Exportador, que brevemente estará disponível no site, entre outras.

Uma outra novidade do projeto, que começará a ser desenvolvida, é o Projeto Imagem, que tem por objetivo trazer a mídia estrangeira para conhecer a música brasileira aqui, e divulgar em seu país de origem. Já neste domingo (30), três jornalistas, um argentino e dois alemães, acompanhados por representantes da Apex-Brasil, seguem para o Ceará, Pernambuco e Rio de Janeiro.

Na palestra, Michel anunciou ainda as ações do projeto para o próximo biênio. Entre elas estão previstas capacitação e informação – será desenvolvida uma pesquisa sobre o setor, com indicadores como volume de exportação, dificuldades, geração de empregos, meios de exportação mais comuns, entre outros. ‘A medida é para mostrar ao governo como o nosso mercado é forte’, disse. Também serão realizados 22 seminários, por todas as regiões brasileiras, para mostrar como funciona a exportação e a importância de o setor trabalhar de forma organizada.

Além disso, será atualizado o Manual do Exportador, haverá contratação de um serviço de consultoria estrangeira, criação de um dicionário para a música brasileira, instalação de um escritório de comercialização na Europa, participação de profissionais do setor em feiras internacionais, como a Popkomm 2006 e 2007, a Ônix, na Espanha, e a Midem, na França, e a montagem de uma mostra internacional da música do Brasil, no Brasil.

Os participantes da conferência ‘Exportação da Música Brasileira – Projeto Música do Brasil puderam dar sugestões, fazer críticas, tirar dúvidas sobre o projeto e obter informações sobre participações em feiras.

 

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