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Deu na imprensa de Brasília: iRaridades – Projeto resgata Banda69,Fama Volat e TonTonMacoute

Lançamento em 21 de abril de 2020

iRaridades Vol.I

DEEZER | SPOTIFY | ITUNES | TIDAL | GOOGLE PLAY

Em uma iniciativa inédita de preservação da memória musical de Brasília, a GRV Media, Música e Entretenimento lança, no aniversário de 60 anos da Capital, o catálogo físico e digital iRaridades, compartilhando música made in Brasília em 240 lojas digitais, entre elas spotify, deezer, youtube music etc. Em sua primeira edição, o projeto viabilizado pelo Fundo de Apoio à Cultura de 2018, resgata músicas de três bandas da emblemática cena musical da Brasília dos anos 80: Fama Volat, Banda 69 e TonTon Macoute.

A curadoria, formada pelos integrantes das próprias bandas, selecionou oito músicas de cada uma para o lançamento do álbum triplo, que será disponibilizado em formato CD e nas lojas digitais de todo o planeta. As 24 músicas, armazenadas em fitas cassetes, DAT e ADAT (formatos anteriores às mídias digitais) foram restauradas, remixadas e remasterizadas num trabalho primoroso“, afirma Gustavo Vasconcellos, produtor e idealizador do projeto.

Apesar de ser considerada uma mídia obsoleta, a impressão dos CD’s obedece a uma exigência do FAC, ao mesmo tempo em que resgata de maneira simbólica e palpável uma lembrança afetiva e musical da história recente de Brasília. As mil cópias serão distribuídas entre as bandas participantes do projeto, FAC e formadores de opinião. “Ficou um trabalho lindíssimo. Não tenho dúvida de que se tornará item de colecionador. O encarte, além do cd, traz fotos e textos sobre a trajetória valorizados pelo design do Cascielli“, conta Gustavo, adiantando que os lyric videos já podem ser conferidos no canal de Youtube da GRV.

Inicialmente, o lançamento do iRaridades também previa evento de lançamento em 21 de abril, com apresentação das músicas feita pelos próprios integrantes das bandas e músicos convidados. Com as medidas de isolamento devido à crise do coronavírus, a nova data segue sem confirmação. Até lá, aos fãs das bandas, contemporâneos daquela época ou quem quiser saber ou sentir um pouco da atmosfera daquela época, a GRV montou um grupo no Facebook, cuja participação depende de aprovação prévia e também mantém um hotsite. Vasconcello adianta que também estão previstos bate-papos entre os envolvidos no projeto.

SOBRE AS BANDAS

Banda 69

Marcelo Carvalho Oliveira (baixo e voz), Murilo Carvalho (guitarra e voz), Rodrigo de Castro Lopes, (piano, sintetizador e voz) e Militão Ricardo (bateria e voz).  Aconteceu em fins de 1980, logo após o Festival de Música do colégio Dom Bosco, onde todos estudavam.

A Banda 69 não perdia o bom humor e tinha refinamento musical. Rodrigo tem formação clássica. Ele e Militão cantaram no Coral da UnB e trouxeram a técnica de harmonizar as vozes para a banda de rock, assim como os Beatles faziam. Marcelo se aprofundou em harmonia e tornou-se o principal compositor e Murilo se dedicou muito à guitarra. O resultado disso impressionou Renato Russo que assistiu ao show de estréia da 69 e se admirou: – “Eles cantam a quatro vozes e tem teclado!” Pois é, desafinamos (ou será que afinamos?) o coro dos punks. Na verdade soávamos diferente.

Estas gravações resgatam a formação inicial e clássica da B69: Marcelo, Murilo, Rodrigo e Militão. São fitas demo, shows e ensaios, onde fica clara a criatividade do quarteto. O mais importante era a energia e a integração com a plateia. Na melhor tradição do rock and roll, os shows da 69 normalmente terminavam com o público dançando, numa grande festa geral. Música “Prapular” Brasileira. Na época em que o Brasil terminava um ciclo político pesado, ser alegre, ser irreverente, criticar com bom humor e fazer festa era uma atitude política. A Banda 69 foi a banda mais roqueira daquela geração brasiliense. E o mais importante: nos divertimos muuuuito!

Militão Ricardo

Tonton Macoute – O Bicho-Papão do Planalto  [1986 – 1990]

“Sobre o Tonton Macoute pouco se sabe. Seus integrantes não se mostraram muito interessados em falar sobre o trabalho que realizam.”
Irlam Rocha Lima, Correio Brasiliense. 14/08/1987.

O Tonton Macoute persegue uma estética dirigida a estabelecer conexão com o belo e com a emoção, ou seja, com o eterno. Textos e sonoridades incomuns, fragmentadas, reiterativas, chamam nossa atenção e nos despertam para inúmeras possibilidades.

Espremer as últimas gotas de doçura e beleza de uma existência em decadência, em vias de extinção, como as flores que soltam seu aroma quando começam a fenecer.

Criado em 1986, com o show “Parece que Existe”, o grupo girou em torno do núcleo criativo formado por João MacDowell e Claudia Otero. Numa Brasília onde reinava a sonoridade pós-punk, o Tonton Macoute se destacou pela singular proposta musical, precursores de estilos que surgiriam décadas mais tarde, como o acid-jazz e o drum’n’bass.

As gravações da banda foram realizadas, à época, em equipamento caseiro de 4 canais, misturando elementos eletrônicos, acústicos, eletro-acústicos e experimentais. Essas gravações representam três momentos distintos da banda: em 1986, as primeiras gravações com as origens do conceito, com ênfase nas programações rítmicas mecânicas, vocais declamados e teclados minimalistas, acrescidos do trompete de Flamarion Mossri e do contrabaixo de Mauricio Lagos. Deste momento temos os hits “Electric Light” e “A Pele”, as músicas mais executadas, durante seis meses, na Rádio Fluminense FM – A Maldita. Em 1988 o segundo conjunto de gravações apresenta um estilo mais maduro, seguindo um caminho que aumentava o arco de experimentação sonora, incorporando a percussão de Tida Couto e o contrabaixo de Dedé Zema. Nesse grupo temos a canção infantil de terror “A Bruxinha” que conta com Claudia Otero no vocal principal e com a participação especial do baterista brasiliense Leander Motta. De 1990 temos a gravação de estúdio de Dois Amantes, com João MacDowell e Flamarion Mossri.

No Haiti TonTon Macoute quer dizer bicho-papão.

TonTon Macoute

Fama Volat

Era 1980, e dois colegas de colegial na calorenta São José do Rio Preto passavam o intervalo das aulas trocando influências musicais num gravador cassete tipo “tijolão”. Falamos de um período muito interessante, em que a música absorvia, avidamente, a energia do punk rock, o balanço da música disco e o amplo universo de possibilidades sonoras dos sintetizadores. O som alegrava as tardes da galera e dava ideias. Ideias de se formar, um dia, uma banda; de se viver aquela aventura, aparentemente tão interessante, que era o mundo da música.

E foi apenas uma questão de tempo, pois, quatro anos depois, Mário Salimon e Edmilson Ferrari formavam, juntamente com Flávio DeMatteis, Junior e Alcides “Neno”, o Fome de Viver, embrião daquela que viria ser a conhecida Banda Fama. Uma série de demos instigantes, o terceiro lugar em um festival promovido pela Rádio Estéreo Show e uma apresentação, com casa lotada, no Teatro Municipal convenceram os músicos de que algo mais audacioso deveria ser feito pela banda, que agora respondia por Fama Volat.

Mário fazia jornalismo em Brasília e, por insistência de Paulo Cesar Cascão, do Detrito Federal, convenceu Edmilson a se mudar para a capital, onde, em 1987, os dois refundaram o projeto com o baixista Dedé, inicialmente tocando com bateria eletrônica no porão sempre lotado do Bar do Divino, na 209 Norte. O verbo correu e logo muitos sabiam que havia um novo trabalho na cidade, mesclando abordagens políticas nas letras e som dançante. A banda  cresceu, firmando-se com Gustavo Vasconcellos na bateria e Hélio Franco na percussão. No mesmo ano, o Fama ganhou centenas de seguidores e a atenção da imprensa, tendo ocupado, até a despedida, em 1989, importantes palcos em Brasília, São Paulo e Belo Horizonte.

Foram quatro anos de muito som e camaradagem, em que o Fama conseguiu quase tudo que uma banda poderia desejar, exceto gravar um disco! Com este projeto, um ciclo se fecha e, de certo modo, pode-se dizer que o tempo faz justiça com esses músicos que tanto se esforçaram para ter seu lugar na história da música de Brasília. A Fama segue voando!

Mário Salimon

Serviço:

iRaridades

Lançamento nas lojas digitais em 21 de abril

Youtube (a partir de 21 de abril): https://www.youtube.com/user/grv2014/featured

Hotsite: https://www.grv.art.br/i-raridades/

FB: https://www.facebook.com/groups/697987934293050/about/

Musicalmente,
Gustavo Vasconcellos

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