#avarandamaismusicaldebrasilia 5 anos. By GRV

28 de maio de 2012

             Durante minha especialização em Gestão de Projetos na área do Entretenimento na FGV do Rio de Janeiro, eis que me encontro com o eterno Jorge Ferreira no Bar Brasília [ 505 Sul] para questioná-lo sobre a possibilidade de utilizar o seu grupo empresarial como case para meu trabalho de conclusão do curso. Na verdade, era um plano B que precisava ter em mãos, caso o meu plano A, o Prêmio da Música Independente– que durante o curso virou Prêmio Profissionais da Música– não desse certo. Para minha surpresa, prosa vai, prosa vem, Jorge me convida para atuar, especificamente, na criação e execução da programação artística de duas de suas casas: o Bar Brahma, na 201 Sul e o Bar do Ferreira, no shopping Pier 21.

15 de junho de 2012

Com condições acordadas e contratos assinados, comecei a circular pelo clima Ferreira e suas 12 casas. Excluindo o Feitiço Mineiro, capitaneado pelo master Jerson Alvim, e as casas onde a música não circulava, confesso que o bar Brahma foi o que considerei mais desafiador à época. Diante de sua grande efervescência quando se chamava Monumental, e que naqueles dias de inverno brasiliense me pareceu frio por dentro, musicalmente, falando.

1º de agosto de 2012

Para mim, um bar ou qualquer local por onde circule música, já é sagrado por si só. E como um conjunto musical, independentemente das idéias e atrações que convide, caso não haja sincronia com os gerentes, garçons e donos, dificilmente, a vida prosperará. A partir dessa noite da minha estréia com a cantora Naiara Lira, lembro-me de algumas coisas implementadas e vigentes até hoje, assim como os receios em torno da grande responsabilidade assumida.  Entre os diferenciais, destaco a tematização de cada dia da semana a partir dos gêneros musicais escolhidos para diversificarmos a programação, considerando o perfil público fiel do local e de outros locais semelhantes que não frequentavam o Brahma. Além disso, a mudança de quase todas as atrações diante do vasto e qualificado elenco de artistas que orbita há 17 anos e três meses pela GRV e, por último, o que mais senti falta ao entrar no grupo: uma maior formalidade na relação entre artistas e a casa. Quanto aos receios, destaco as dúvidas de tudo o que descrevi como diferencial e tudo o que até então era desconhecido.

2 de julho de 2013

Jorge Ferreira falece, o vazio toma conta, e me pergunto: “e as cores, os aromas e sabores”?

1º de agosto de 2017

As imagens que me vêem em todo 1º de agosto, são as da última reunião com o grande criador de tudo isso. Lembro que no palco se apresentavam Joe e Kiko Péres. No meio das avaliações, sugestões, toques e idéias habituais, o Jorge foi ao banheiro enquanto o trio tocava uma música do Led Zeppelin [ AdLdS]. Ao se despedir pela última vez, me parabenizou assim: “Os caras tocam hemmm? Isso é rock!’.

Fato é que cinco anos ou sessenta semanas musicais se passaram. Atualizando o post da semana passada, já são 1832 shows realizados em 1591 dias ou 4777 horas.

Cabe a mim agradecer em primeiro lugar, à Denise, Lucas, Léo e Mauro pela confiança, sempre acreditando e dialogando em prol dos acertos e em favor do que é certo. Também à Bebel Ferreira, Rayane e Bauer e todos do escritório pela grande compreensão em torno de nossas emergências no meio de tantas outras tão relevantes. E, claro, aos gerentes Zé e Evandro, e aos do passado também, pela cordialidade e fé, tanto nas vitórias quanto nas derrotas, e aos maitres, garçons, pessoal da limpeza, manobristas e seguranças pela simpatia e paciência. À minha equipe da GRV que me assistiram ao longo de todo esse tempo, valeu!

Se me ouve ou lê, também agradeço ao público incalculável que prestigiou mais de 83 grupos musicais até aqui, o que corresponde a cerca de 1162 músicos que encantaram naquele pequeno palco que batizei, desde o primeiro Revéillon que lá realizei, de “a varanda mais musical da Asa Sul”. E que realmente é, em número, gêneros e emoções, com todo respeito aos concorrentes que nos tem como referência, amigavelmente, e aos que nos copiam, deliberadamente.

Merece uma festa? Certamente, mas eu fico com a foto acima, a programação abaixo e o agradecimento eterno.

BAR BRAHMA | BRASÍLIA – DF | agosto de 2017

segunda-feira | 1 instrumento e 1 artista

7 Tico de Moraes | cool jazz & bossa

14 Cesinha | mpb

21 Gambirasio | cool jazz & bossa

28 Cesinha | mpb

terça-feira | super Terça de Blues, Jazz e Rock

1 Rafael Cury e Old Is Cool Trio | blues e rock

          8 Quarteto 300 & JAZZ | blues e jazz

15 Rafael Cury e Old Is Cool Trio | blues e rock

22 Blues de Bolso | blues e rock

29 Quarteto Arcablues blues e jazz

quarta-feira

2 Myriam Greco e Cassiano Barbosa | tango, boleros e baladas

9 Gustavo Damas Trio | samba rock

16 Myriam Greco e Ronaldo Abdala | pop/mpb

23 Gustavo Damas Trio | samba rock

30 Jean Mussa | partido alto

 

quinta-feira | As cantoras do Brahma + 1

3 Sol Leles Unplugged | rock internacional

10 Bell Lins | pop nacional e internacional

17 Carol Félix | moda sertaneja

24 Mama Rosetta | rock

31 Projeto Ruby | groove, funk, soul, samba

sexta-feira |  o Brahma é PoP

4  Rafael Lima | pop nacional

11 Rafael Lima | pop nacional

18 Fred Brasiliense | mpb , pop nacional

25 Mr. Jack | pop internacional

Musicalmente,

Gustavo Vasconcellos

Foto: Henrique François

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